A oxigenoterapia hiperbárica (OHB) consiste no uso de oxigênio 100% puro em pressão aumentada (em geral, 2 a 3 atmosferas), levando ao aumento dos níveis de oxigênio no sangue (hipoxemia) e nos tecidos (hiperóxia). 

O aumento da pressão e da biodisponibilidade de oxigênio pode estar relacionado a uma infinidade de aplicações, principalmente em regiões hipóxicas, atuando principalmente em propriedades antimicrobianas, imunomoduladoras, angiogênicas, etc.


A relevância fisiológica do oxigênio e as bases terapêuticas da medicina hiperbárica, incluem também doenças inflamatórias e sistêmicas, COVID-19 e, até mesmo, doenças como o câncer. A inclusão e a expansão da câmara hiperbárica sem dúvidas tem sido um suporte adicional no processo clínico de inúmeras patologias. 

Surpreendentemente, a primeira instância registrada de terapia médica hiperbárica remonta a 1662, quando Henshaw, um médico britânico, inovativamente submetia pacientes a um ambiente pressurizado dentro de um recipiente. 


Mais curioso ainda é que isso ocorreu anteriormente à elaboração da Lei de Boyle-Mariotte, que define a conexão entre a pressão e o volume de um gás, assim como à descoberta do oxigênio por John Priestly, ocorrida mais de um século depois.


Logo após, a via da oxigenoterapia na assistência médica foi retardada pela observação de possíveis efeitos adversos derivados do O₂  em concentrações de 100% por Lavoisier e Seguin em 1789. 

Depois de alguns anos, em 1872, Paul Bert, considerado o “pai da fisiologia hiperbárica”, descreveu as bases fisiológicas do ar pressurizado no corpo humano, definindo também os efeitos neurotóxicos do O₂ no corpo humano, consequentemente denominado efeito Paul Bert, seguido da descrição da toxicidade pulmonar do O₂ por Lorrain Smith. 


Durante esse período de descobertas, foi relatado um crescente interesse no uso da oxigenoterapia no tratamento de diferentes afecções, inclusive na Segunda Guerra Mundial, onde o tratamento foi eficaz em mergulhadores que sofreram doenças descompressivas. 


Desde aquela época, uma finitude de estudos foram iniciados, com centenas de instalações baseadas na oxigenoterapia hiperbárica sendo estabelecidas no início do século XXI.

Atualmente, existem 14 indicações aprovadas para terapia hiperbárica, incluindo uma ampla variedade de complicações como: 


  • Embolia gasosa

  • Anemia grave

  • Doenças infecciosas

  • Perda auditiva sensorial idiopática 

  • Envenenamento por monóxido de carbono (CO)

  • Escaras, feridas graves, queimaduras e pé diabético

  • Também a COVID-19



01. O Papel Fisiológico da Oxigenoterapia no Organismo


O O₂ é a chave para as células humanas realizarem a chamada respiração aeróbica – que ocorre nas mitocôndrias – e atua como um aceptor de elétrons, levando finalmente à síntese de ATP em um processo conhecido como fosforilação oxidativa. 

Partindo do ponto de vista evolutivo, a captação de O₂ foi a origem das células eucarióticas, surgindo como resultado de uma relação endossimbiótica entre células procarióticas (arqueas e bactérias) que eram capazes de utilizar esse nutriente. 

Esse fato representou uma vantagem adaptativa em relação àquelas células incapazes de utilizá-lo, organismos complexos foram evoluindo com O₂, tornando-se assim um nutriente essencial para nossas células. 



02. Princípios da Oxigenoterapia Hiperbárica na Base Terapêutica


A medicina hiperbárica consiste no fornecimento de oxigênio puro sob pressão aumentada, uma vez que esse procedimento é realizado em câmara monoplace ou multiplace se houver apenas um ou vários pacientes submetidos a esse procedimento. 


No primeiro caso, as câmaras são geralmente comprimidas com O₂, enquanto no segundo, as pessoas respiram oxigênio individualmente por meio de máscara facial, capuz ou tubo endotraqueal. 


No caso de pacientes críticos, parece que as câmaras multi-lugar permitem um melhor monitoramento das funções vitais em comparação com as monolugares, embora o uso destas últimas também seja seguro e bem tolerado pelos pacientes. 


Dependendo do protocolo, a duração estimada da sessão varia de 1h30 a 2 horas, realizada de uma a três vezes ao dia e administradas entre 20 a 60 doses terapêuticas – dependendo da condição. 


Em outras palavras, a criação de um ambiente hiperbárico com oxigênio puro permite um incremento significativo e assertivo da oferta de oxigênio ao sangue e aos tecidos. 


Deste modo, a oxigenoterapia hiperbárica proporciona múltiplos efeitos no organismo, podendo ser utilizada para corrigir a hipóxia tecidual, hipoxemia crônica e auxiliar no processo clínico de diversos e diferentes processos patológicos, incluindo a cicatrização de feridas moderadas ou graves, necrose e até mesmo lesões de reperfusão.


Como a terapia hiperbárica pode fornecer efeitos benéficos e adversos, é essencial equilibrar os diferentes fatores para recomendar ou rejeitar clinicamente a OHB. 


Devido à física diante da medicina da oxigenoterapia hiperbárica, não é fácil projetar estudos e ensaios clínicos adequados para endossar totalmente seu uso. 


Apesar disso, existem modelos preditivos que podem ser uma ferramenta adicional para avaliar quais pacientes podem e devem se beneficiar mais com essa terapia, considerando abordagens terapêuticas distintas, se houver necessidade e possibilidade.


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